domingo, 12 de fevereiro de 2012

os sentimentos ficaram na estação


    Mora em mim uma sensação constante a qual designo de momentos nostálgicos, quando fecho a sete-chaves a porta do quarto e me isolo horas e horas. Tento fazer com que as paredes não oiçam os soluços do meu peito que chora de saudade , a mente soletra inconsciente as letras do teu nome e transforma-as num impulso , é referida a tua pessoa quando permanece o silêncio entre as conversas ou mesmo quando quero referir-me a outro alguém. O coração pede o teu regresso, mas a cabeça, acredita que é melhor aceitar os factos traçados pelo destino ou quiçá por erros que originaram consequências que me destruíram e consomem ao pedaços nestas noites gélidas de Fevereiro.
  Há uma parte de mim que te quer e outra que se quer mentalizar que foi o último capitulo dos quais fomos protagonistas. Quero desprender da memória do teu cheiro que tanto me fascina, (desde a primeira vez), gostaria que não vivesses nem no meu sub-consciente, dessa forma o teu rosto seria mais um, desconhecido, frio e distante. Não sou capaz de guardar rancores para que exista mágoa que nos separe, que me distancie de ti, no fundo, não quero e se um dia afirmei querer, foi um desabafo infundido em males entendidos, mergulho nostalgicamente em lembranças, apenas a tua imagem é recordada docemente, lembrando os sentimentos puros que foram vividos à flor da pele.
   Ao escrever para ti, não me apazigua a dor de não te ter e do sofrimento angustiado de precisar de ti perto de mim, mas tranquiliza-me por instantes, pedacinhos do que sinto e talvez te queria dizer, digo-te aqui nesta folha de papel repleta de manchas com reflexos de gotículas que caem sem pedir dos meus olhos colossais de cor avelã. Continuo a sorrir, se me perguntares.. mas as covinhas que se delineiam no meu rosto, que tu tanto adoravas.. não tem a mesma força de expressão natural que outrora tinham. Além disso, aprendi que mesmo estando sem ti, tenho de sorrir para a vida. Senão, ela sorrirá para mim? 
      Só ainda não consigo dominar o peito quando ele escuta encantadamente a nossa melodia, aquela que tantas vezes me cantaste com ternura ao ouvido. Os meus olhos diminuem o que sinto no interior, transmitindo uma atitude indiferente aos olhos dos que vivem a minha vida e parecem comentá-la com maior prazer possível. e no fim? O amor vive em mim, guardado na alma que tanto magoa o coração.
     Meu amor, sei que tu no fundo, compreendes a nossa história e que ela continua a fazer parte dos teus dias (por mais que não queiras e negues). Eu explico-te porque! Pois, pode existir sempre outras pessoas que falem de nós, mas só nós sabemos o que somos um para o outro. Somos os protagonistas desta história de amor mergulhada em desencontros e só nós temos a possibilidade de decidir se este diário possui um ponto-de-final ou se ainda escrevermos juntos mais um capítulo. Mesmo que não seja agora.. essa página ficará vazia.. pois só a tua tinta consegue escrever nestas páginas que não tem linhas e horizontes. Tu e só tu, me irás ajudar a continuar a escrever este romance. Lembra-te que cada troca de olhares se transformaram na razão das minhas palavras, da minha escrita, que cada sorriso que me deste e proporcionaste se transformou numa página deste diário que hoje é da tua ausência.   
    Encantar-me-ia que todas as histórias de amor fossem como conhecemos na sétima arte, que por mais enredos que os protagonistas sofram, acaba sempre com um beijo e a típica frase: e foram felizes para sempre..

e nós? seremos?

PS: é nestas viagens semanais que visam a concretização de um sonho: a minha formação, que mergulho ainda mais em pensamentos. O bus leva-me e parece que me leva para outro lado do mundo, parece que tu não vais mais voltar. Mas meu amor, os sentimentos ficaram na estação.




4 comentários:

Bárbara Silva disse...

então diverte-te :)

jo disse...

Oh minha linda, amor de verdade nunca morre. Espero que tudo corra pelo melhor e que a vossa história nao fique por aqui.*

caroline disse...

adorei este post, só o titulo diz tudo! vou seguir*

Anônimo disse...

Sabes, desde o inicio que te acompanho nesta história, tantos desabafos, tanta loucura pelo meio. Sei bem que a vossa história não acaba aqui, nem nunca acabará. Foram feitos um para o outro e, apesar de não estarem juntos fisicamente, estarão sempre juntos no coração um do outro. Um dia tudo se resolverá, e sim, a vossa história vai ter, sem duvida, um "e viveram felizes para sempre".

Andreia