(a carta manuscrita que te envie por correio)
Vinte e nove de Abril de 2012
Vinte e nove de Abril de 2012
Meu amor,
Primeiramente, decidi enviar esta carta, para tentar
explicar-te tudo aquilo que nos últimos tempos tenho tentado transmitir-te, que
tu ouves e ignoras, ou melhor, lês e preferes não te pronunciar, porque no fundo,
acredito que esperas uma atitude, uma mudança radical, ou simplesmente uma
prova verdadeira e fiável.
Gostava de ver ou sentir a tua reacção ao estares
neste preciso momento com este envelope nas mãos. Não sei se te surpreende ou
não. Talvez sim, pelo facto de estar mais persistente e determinada do que
nunca, de estar a fazer tudo para te (re) conquistar. Ou talvez não, que penses
subitamente: “A Laura enlouqueceu de vez. Está a passar todos os limites!”; “
Não compreende que quero mesmo ficar sozinho e que simplesmente quero a sua
amizade”. Sinceramente, não me interessa. Pensei muito para tomar estar
decisão. São mais que um conjunto de folhas com letras, são desabafos, desejos
e sentimentos que vão imbuídos nesta tinta azul que se fixa por este papel, com
umas gotinhas do meu cheiro, fragância de bebé, para que consigas sentir-me
perto de ti, que imagines a minha voz a pronunciar estas palavras, como que se tivesse
sentada sob o teu peito, na lagoa azul, com o cenário do pôr-do-sol, que muitas
vezes foi moldura dos nossos encontros apaixonados. Com esta lembrança, quero
que percebas que preciso que leias estas palavras quando te sentires preparado
para ouvir tudo o que preciso de te dizer. Que estejas num lugar tranquilo,
quiçá vás mesmo passear pelo campo, como fazíamos e à medida que sentires o
vento fresco no teu rosto, sintas a minha presença ou mesmo simplesmente oiças
a minha voz, que percebas que estas palavras são tão puras como a água de um
rio. Peço-te muito que leias esta carta, que não esta feita com beleza estética
nas palavras, mas sim de verdades e decisões fulcrais.
Acredita que
escrevia uma meia- dúzia de palavras e apagava. Durante os últimos tempos têm
sido assim. Nos que conseguia escrever alguma palavra, porque a maioria das
vezes, a voz calava-se. Só o coração falava, mas adormecido em saudade. É um
texto manuscrito, porque sabes que para mim têm muito mais valor, têm mais
simbologia a escrita em papel com tinta de caneta e não um conjunto de frases imprensas.
Confesso que pensei comprar um envelope feito, com decorações bonitas, mas...
não iria de acordo, como sou, como és e
principalmente como somos e foi (ou é) o nosso amor, marcado por simplicidade
(Eramos felizes à nossa maneira, sem bens materiais. Vivíamos de momentos, de
coisas puramente simples). Portanto,
de forma introdutória, é isto que queria deixar claro, as razões que me levaram
a escrever-te, mas desta vez sem ser por mensagens, textos publicados no blog,
frases destinadas a ti no mural do facebook, mas sim escrever para ti, de forma
mais pura e pessoal que conheço.
Sabes que sempre tive uma enorme facilidade em
exprimir o que vivo à Flôr da pele, o que me faz bater impulsivamente o coração
e aquilo que me agita as veias, como de uma canção se trata-se, frases repletas
de sentimentos, de pensamentos e de sonhos. Descrevia cada sensação como a
sentia, como a vivia. Hoje as palavras adormeceram no meu peito. Pela primeira
vez, não sinto necessidade de te escrever. Somente queria ter um encontro, nem
que fosse último, mas que conseguisses perceber que não te esqueci, que te
quero mais que tudo. O coração está surdo às palavras do mundo. Não te consegue
olhar. Mais uma vez, mergulhei nas memórias de ti, de nós. Tentei conjugar o
verbo amar, no pretérito, mas o amor não deixa, não quer e não permite. A razão
suplica para que o coração não bata tanto quando escuta alguém pronunciar
simplesmente o teu nome, ele é teimoso, impetuoso e impulsivo. Não pensa e
chora. Não consigo aprender a respirar o ar que já não partilhamos, a ouvir as
melodias que me cantaste naqueles momentos de eterna cumplicidade, sem que
tenha que passar as mãos pelo rosto, para que limpe as lágrimas que tem o
reflexo de saudade.
As lembranças são um tesouro, estão recalcadas na memória e
continuam a viver nos meus sonhos inconscientes. Repetitivos ultimamente. Sonho
que nos vemos, num momento que ambos não esperávamos e que os nossos olhares se
cruzam e que o coração fala mais alto, como sempre sucedeu, quando nos
reencontramos. Que o olhar desce em direcção aos lábios e que nos abraçamos
como nunca nos tivéssemos separado . Mas acordo e tu não estás a meu lado.
Passo a mão pela cama e tu não estás. A almofada encontra-se repleta de
machinhas de água. Os meus olhos choram a tua ausência, a tua distância, o teu
não me querer.
O que não construímos, o que não vivemos,
entristece-me e mata-me pouco a pouco. Aumentando a ansiedade de te ver e de me
perder nos teus braços, de contar-te tudo o que sempre senti, e guardei dentro
de mim, mas que quem me conhece de verdade, sempre o soube. Sempre souberam que
sou loucamente apaixonada por ti, que te amo cegamente. Não é uma obsessão, nem
uma mera paixão adolescente, mas sim um amor verdadeiro e inesquecível.
Não conheces, não sentes a minha dor. Ou imaginas
talvez como me sinto mas tentas não pensar no meu sofrimento, porque isso
obrigava-te a deliberar, a pensar em nós e neste momento, tu não queres ou
tentas fugir. Se realmente o teu coração ainda se preocupa comigo, escuta-me. O
teu silêncio consome-me. Mata-me. Está angústia, este desespero, este impasse
emocional, esta espera incondicional, magoa-me. Sinto um vazio enorme, uma dor
irreversível. E o pior é que não consigo deixar de querer-te. Deixar de desejar
o teu abraço.
Já passaram tantos anos de
desencontros, de intrigas, de males entendimentos, fomos fruto de proibições e
desejos de não sermos felizes juntos, vítimas de boatos, que nos levaram a
cometer erros conscientes e outros pela razão única de nos esquecermos
mutuamente, de nos tirarmos de dentro do peito um do outro.
Ambos tivemos outros envolvimentos, mas nenhum
acontecimento que passou consegue mudar o nosso sentimento, fazer desenrolar
estes laços de amor puro que nos une à distância. Afirmo a pés juntos, que
sempre te amei, sei que tive atitudes que em momentos te fizeram acreditar que
não, mas tu sabes que os meus lábios tocaram noutros, mas não era o teu cheiro,
não era o teu toque, por isso nunca me embalou e conquistou de verdade, pois
nunca esqueci o sabor de ti, cheguei a fechar os olhos e pensar que eras tu que
estavas ali. Hoje se disse-se que estou
arrependida, estaria a ser hipócrita, porque confesso genuinamente que foi
bom ter acontecido tudo o que aconteceu, assim recalca-se aquilo que eu sempre
senti, desde o primeiro instante, que eras simplesmente o meu menino, mais que
o primeiro amor, o homem da minha vida. Todos que me tiveram, foi
apenas fisicamente, como tu disseste um dia: “O teu coração pertence-me
quer tu queiras ou não (e a verdade é essa) e só lhes pertences neste momento
num acto físico e público”.
Consigo sentir a tua insegurança, consigo perceber os teus
receios... Mas preciso que me digas olhos-nos-olhos que não viva na esperança
de te ter novamente nos meus braços, que não me iluda mais, que me mentalize
que a nossa história teve o seu ponto final no meio de tantas virgulas.
Mas... Tu sabes... que tudo o que mais queria era saltar os capítulos já
vividos , mandar fora os rascunhos, as folhas brancas e soltas através do
vento. És o protagonista da minha vida. A capa da minha história tem o teu
nome e tu sabes perfeitamente disso.
Apenas te digo, se o meu coração quisesse o teu adeus, não
soluçava, não chorava. Há momentos que ele sente apetecer-lhe adormecer e não
acordar mais, ou simplesmente desmaiar-se por instantes, para não viver
acordado, ansiando o teu regresso (que talvez nunca aconteça)!
Sabes que a teimosia e o orgulho,
são características bem patentes no meu ser, ma o que estou a fazer
precisamente neste momento, é lutar pelo amor que nutro por ti, não me estou a
rebaixar ou a humilhar, mas quero que saibas que estou a teus pés. Quero que tu
consigas sentir que eu não vivo de momentos de prazer...vivo de amor... esses
momentos excitantes, de adrenalina, que tão bem marcam a vida de pessoas que
querem ser solteiras ou simplesmente
caracterizam a fase da adolescência, não são para mim. São instantes. E para
mim, foi uma enorme experiência, a maior de todas até. O que realmente quero,
és tu.
Apetece-me insultar a vida. Chamar-lhe de injusta! No
fundo, não acredito que já não guardas dentro de ti o meu nome, nesse cantinho
que me prometeste ser sempre meu. Não consigo parar de pensar nas juras de
amor. Não consigo. E não quero, na verdade. Sinto tanta falta de ti. E o pior é
que tu sabes onde estou. Sonho acordada que me surpreendes! (como antes), que
ouviria a campainha, vestiria qualquer peça de roupa à pressa, abria a porta
e.. te abraçava, num momento que parecia não ter fim!
Por mais que deseje o toque dos teus lábios, ficarei satisfeita
com um abraço apertado e caloroso, que me faz arrepiar, sentir o teu carinho e
protecção. O teu abraço inigualável.
A minha alma chora a tua ausência. Daria tudo para que
viesses ao meu encontro, e que nesse momento, consciente, juntos decidiríamos o que fazer com este
sentimento mais puro que sentimos.
Já vivemos como qualquer casal
apaixonado, aproveitávamos cada momento com muito valor, já estivemos
tão perto e ignoramos pelos medos de voltarmos-mos a desiludir, mais uma vez,
de estarmos juntos. E hoje? Hoje estás distante em todos os aspectos, a nível
geográfico e emocional. Ignoras os impulsos conscientes do coração, calas as
tuas palavras, deixas-me viver num silencio desesperador, numa ansiedade
faminta, num pensamento incontrolável, num desejo seguro. Quero-te. Não consigo
desistir. Por mais que me implores que as estas lágrimas não tenham o teu nome,
não sou capaz. Se realmente ainda te preocupas, ouve-me, pela última vez.
Escuta o bater incessante do meu coração quando estou pertinho de ti. Nesse
instante, vais perceber que as palavras que aqui coloco, são verdadeiras e
seguras de si.
Percebe que o meu coração te quer só a ti, como sempre
te quis, como sempre te pertenceu. Não gosto de despedidas, tu sabes. Mas..
estou a perder as forças, as poucas que me restam. Chega-me a doer os olhos de
tanto chorar nestas noites primaveris de Abril, quando o sono
adormece nas lembranças de ti. Passo as melodias felizes à frente, não as
consigo ouvir. O meu estado de espírito, não permite que o meu ouvido oiça
aquilo que não sente. Só consegue ouvir músicas nostálgicas. Mergulhando nas
memórias, nas lembranças e sonha.
Guardei as cartas, as fotografias e tudo o que me fazia lembrar a nossa
história no baú das recordações, fechado a cadeado tal como o meu
coração ficou desde o dia que decidi uma vez mais arrancar-te bruscamente e da
forma mais radical e egoísta de dentro de mim.
O teu nome ficou gravado em mim tal como uma
tatto - para sempre. E parece absurdo mas sinto que o teu nome só será
desgravado se em vez de fazerem uma cirurgia à pele, fizessem ao coração. Só sei desnudar a minha alma
por escrito e nem isso tenho conseguido ultimamente, embora saiba que isso não
muda nada, mas apazigua esta dor de pensar, este sofrimento de sentir, esta
saudade de ti.
Agi com uma criança, que quando caí e faz
ferida… Qual é a tendência? Arrancar a caspinha da ferida. Embora doa, ela quer
tirá-la. Tal atitude infantil tive eu. Tentei outra vez, tirar-te dos meus
sonhos, acreditar que não eras o príncipe-encantado e que não era contigo
que idealizava o futuro. Arranquei a caspa. Sangrou. Tapei-a com um penso,
colocando-me nos braços de uma pessoa que tentei entregar-me como a ti. Essa
ferida, parecia estar sarada. Coloquei-a ao vento, esse ar fresco tocou nela e
foi fechando-a aos poucos. Mas .. toda a ferida profunda, deixa cicatrizes…és uma marca do passado, que me deixou o coração
cicatrizado. Acredito que o vento que um dia te levou de mim, foi o mesmo que
um dia nos juntou.
Somos os protagonistas desta história
de amor incumbida de desencontros e só nós temos
a possibilidade de decidir se este diário possui um ponto-de-final ou
se ainda escrevermos junto mais um capítulo. Mesmo que não seja agora... essa
página ficará vazia.. pois só a tua tinta consegue escrever nestas páginas que
não tem linhas e horizontes quando escritas contigo. Tu e só tu, me irás ajudar
a continuar a escrever este romance. Lembra-te que cada troca de olhares se
transformaram na razão das minhas palavras, da minha poesia, que cada sorriso
que me deste e proporcionaste se transformou numa página de este diário
que hoje é da tua ausência.
Ao
amar-te neste silêncio, desesperadamente, começo a sentir que está mais
longínqua a felicidade que queria e a estabilidade que necessitava. Sinto-me tão perdida sem ti. Só
queria que me desses a tua mão, preenchesses os espaços dos meus dedos, e que
juntos enfrentássemos qualquer adversidade que nos coloquem mais uma vez no
nosso caminho, porque contigo a meu lado, tenho força e coragem para lutar
contra tudo por nós.
Encantar-me-ia que todas as histórias de amor fossem como
conhecemos na sétima arte, que por mais enredos que os protagonistas sofram,
acaba sempre com um beijo e a típica frase: e foram felizes para
sempre...e nós? Seremos?
Consigo durante o
dia, abstrair-me um pouco de ti, estou rodeada pela companhia de pessoas
que são mais que irmãos ou mesmo progenitores, não temos laços de sangue que
nos unam, tal como a minha madrinha Isabel, que quer muito ver-nos juntos.
Todas as pessoas que me querem bem, que sentem carinho e uma preocupação
colossal por mim, percebem a nossa história, sabem que és um rapaz como eu, sonhador
e ambicioso, mas principalmente sabem o quanto eu te amo. E sinceramente,
acredito que se voltarmos a estar juntos, a minha mãe irá perceber, não será
mais um obstáculo para nós, ela no fundo sabe o que sempre senti e irá querer
ver-me feliz. Também os tempos mudaram, e a distância que tenho tido dela,
tem-la feito amadurecer nos pontos de vista. Acredita!
Entende que, estou segura do que quero. Aliás sempre estive,
do que sentia sobretudo, mas não conseguia lutar por nós. Sabes as razões.
Gostava que sentisses as minhas palavras, que ao
leres esta carta, oiças a minha voz e que antes de guardares ou reciclares
estas folhas insignificantes mas repletas de o maior desabafo que
talvez fiz, que deliberes de coração, se queres desencontrar de vez as linhas
da nossa história. Se for isso que sentires, fá-lo. Não sintas pena de
mim. Não vou sentir rancor de ti nem viverei amargurada. Simplesmente quero que
hajas conforme os teus princípios e os valores que te foram incutidos
e seres fiel ao que nutres por mim , que digas a verdade, de uma vez por todas.
Estou disposta a enfrentar tudo por nós. Quando
digo mesmo tudo, é tudo mesmo. Mas não basta simplesmente o meu querer, é
preciso o teu também. Agora percebe que.. Se nos amamos, é
tão ridículo vivermos apaziguados em medos e nãos sermos felizes por
estupidez ( desculpa o conceito, mas é o que sinto).
É entristecedor saber que podemos viver o nosso amor
livremente pela primeira vez e não vivemos, pois pensamos demais, relembramos
dos erros e não somos capazes de assumir este sentimento tão nobre que nos
juntam as almas e os corações mesmo que haja quilómetros que nos
separam os corpos e nos façam viver somente de pensamentos absurdos. Que esta
distância geográfica . não seja a desculpa para que não venhas ao meu encontro,
para que me possas dizer frente-a-frente que ainda habito em ti. Ai, Luís…
sinto tanta saudade de ti, esta sensação foi causada por escrevermos uma
história inesquecível.
Posso até sentir mais a tua falta em certos dias, porém não existe um único
dia que não pense em ti e alguma noite que não sonhe contigo. Quero que as nossas vidas se
tornem numa só, como os nossos corações ainda acredito que são. Estou cansada,
desgastada de desencontros e viver de memórias. Peço-te humildemente que voltes
para mim. Sabes onde estou. Dá-me uma oportunidade. Volta. Juntos, vamos cruzar
as vidas que o destino já cruzou e que começou por um olhar. Deixa que a
inércia do destino e os nossos sentimentos surreais , falem mais alto
que as mil razões que nos separam, mas que oiçam a voz do coração.
Se me disseres que já não me queres e desejas de corpo, alma e
mente... eu prometo, por mais que me magoe, sair da tua vida. Saberei deixar-te
seguir o teu caminho. Conseguirei deixar-te ser feliz da forma que mais
desejares, sem a minha companhia. Se eu já não for a tua felicidade, o que me
fará feliz será acreditar que contigo conheci a mais profunda sensação e emoção
que um ser humano pode sentir, amar. Sentir-me-ei bem por saber que posso não
ser mais o teu sorriso, não ser mais a imagem que transparece nos teus olhos pelo
qual me perdi, mas que farei parte de ti, sempre e sempre. Que ninguém irá
conseguir apagar da tua memória, as lembranças doces que terás certamente de
mim.
Se assim for, sorri quando ouvires falar de mim, pois
por mais que passe o tempo, que haja distância entre nós, ninguém conseguirá
apagar de ti, a nossa história, porque foi o “nós” que conseguiu escrever cada
linha, cada frase, deste diário da nossa paixão, que tem sido mais, um diário
da tua ausência ou talvez de desencontros. Posso não ser mais a protagonista da
tua vida, mas acredito que tenha pelo menos sido um capítulo marcante. Que nas
noites de insónia, o meu rosto ou simplesmente algum momento vivido, incomodem
a tua mente por instantes, e que nesse preciso momento, faça uma covinha no teu
rosto. Acredita que apesar de não estar nos teus braços, ficarei bastante feliz
por sentir que os sentimentos que sentiste e os momentos que viveste comigo,
ficaram guardados em ti, como se o teu coração fosse um baú e eu tivesse a
chave pendurada sob o meu peito, que jamais alguém será capaz de a tirar e
conseguir abrir o cadeado que te prende às recordações do pretérito que por
mais lágrimas que te causou, te fez sorrir pelos gestos de ternura, de carinho
e da sensação de companheirismo que tiveste comigo.
Depois de leres estas
palavras, respira fundo, com a mesma profundidade e pureza, como no dia que
vieste ao mundo… e só depois de respirares e deliberares e escutares a voz do
coração, toma uma atitude, seja ela qual for, peço-te que tome conhecimento
dessa tua escolha. Acredita que não mudará o destino, o que Deus traçou para
mim, não conseguirás mudar. Mas pelo menos que eu fique de “consciência
tranquila”, com o coração aliviado, acentuado na concepção que fiz de tudo para
te ter novamente nos meus braços. Mas acredita que continuarei sempre a amar-te
incondicionalmente embora que de forma silenciosa. Neste momento, pensas:
sempre? Sim, arrisco-me a dizer uma palavra tão forte, que transmite sentido de
eternidade, pois não sei explicar o que sinto desde o dia em que te conheci.
(Recordo-te dia 18 de Janeiro de 2008),como tu descreves ou talvez descrevias:
“o nosso amor é uma coisa sem explicação”, simplesmente sei que não consigo
sentir o mesmo por outra pessoa, que as nossas almas se cruzaram e não foi por um
mero acaso. Sei que sou ainda uma menina, embora não tenha os 14 anos que tinha
quando me conheceste, mas pensa um pouco, tenta meter-te na minha pele (por
instantes), se continuo a querer-te depois de tudo, de tantos anos e peripécias,
é por alguma razão, talvez por uma razão sobrenatural. Acredito que a nossa
história está escrita no céu e sempre ouvi dizer que o “que deus escreve,
ninguém apaga” (é qualquer coisa assim). Genuinamente, acredito que “fomos
feitos um para o outro, parece ridículo dizer isto, mas sinto-o, somos almas-gêmeas.
És simplesmente o menino dos meus sonhos, o meu príncipe.
Ao amar-te, espero-te. Aprendi a amar-te nesta espera e a não desistir,
a apenas desejar-te mais e não esquecer-me de ti, aprendi a sonhar e não
alimentar a ideia que perdi o teu grande amor, mas vivo na esperança, no sonho
ou talvez na ilusão de voltar a sorrir com a alma e coração e não somente com
os lábios, por te ter finalmente nos meus braços.
Às vezes, a minha mente fica invadida de um único pensamento,
de querer-te perto de mim ou de simplesmente ouvir a tua voz dizer que continuo
a ser a princesa dos teus olhos e que juntos vamos superar esta situação. Não
me privo de nada se volta-se a ter-te nos meus braços. Percebe que se não te
tenho, aí sim, a minha felicidade se encontra privada, a minha alma permanece
vazia, o meu coração vive despedaçado e fico sem rumo. Quero voltar a ter o
sorriso que tinha, o brilho no olhar que tive, proporcionado só por ti. Não me
importa sentir mudança. Por ti, continuo a ser capaz de enfrentar todos os
riscos, todas as adversidades, pois, há algo que me faz enfrentar o mundo, um
valor colossal: o teu amor.
Há duas lágrimas nos meus olhos: uma quando mergulha nas lembranças
que fazem sorrir a alma; outra quando a dor aperta fortemente o coração, e ele
soluça a tua saudade, a tua distância, querendo sentir o teu calor perto, o teu
abraço. O meu desespero está a torna-se assustador. Sempre pedi a verdade, mas
sabes, hoje prefiro que me iludas, que me digas que não acabou. Quero continuar
a sonhar. A pensar em ti com esperança. Mesmo que não seja a realidade, quero
acreditar que é verdade. Neste momento, quero pensar assim. Que faças enganar o
coração, para que os olhos não chorem. Prefiro que tenhas pena de mim, do que
perder-te para sempre.
Por vezes, penso em ti a sorrir, que estás bem e que conjugas
já o amor que nutriste por mim, num passado acabado, que não vivo mais no teu
pensamento e que já não me guardas no teu peito. E o pior é que eu queria sentir-me
e ver-me assim. Mas não sou capaz. Choro a sós, choro quando vejo um casal
apaixonado a trocar caricias, choro a ver filmes românticos, choro a ver
concertos, choro a sós, choro a ouvir melodias, choro mesmo até já à frente de
outros olhos que percebem e sentem a minha dor. Custa-me não perceberes que a
ti te pertenço. Custa-me não estares mais disposto a lutar por nós.
Entristece-me esta alma fria, perdida, vazia, que vive na esperança de sentir,
nem que fosse pela última vez, o teu abraço.
Vamos tentar novamente ser apenas um coração, salvarmos este
amor selvagem, ou então, diz-me um último adeus. Deixo-te ir. O coração
soluçará a tua partida, mais uma vez. Mas um dia, ele irá compreender. E viverá
a sorrir, não com a mesma intensidade que tu lhe és capaz de incutir, mas…
sorrirá por te agradecer que foste o único capaz de lhe proporcionar uma
sinestesia de sensações e emoções. O único que ele amou. O único que o fez
sorrir com o olhar. Sinto cada vez mais. Sinto que alimento um amor
inesquecível. Quero-te como sempre te quis. Resta-me desejar que um dia
voltaremos a ser um só coração.
Não quero viver
acomodada nesta situação que tanto magoa os nossos corações. Vamos ter que
frente-a-frente, olhos nos olhos, decididamente escolhermos o caminho que vamos
dar às nossas almas que se cruzaram por um olhar, e hoje é nesse mesmo olhar,
que ainda resta um pingo de esperança. O coração não quer que tu sejas a mais
linda lembrança. Foi no teu olhar que eu senti que era a ti que iria sempre
amar.
Não quero mais sentir o toque de outro alguém, abraçá-lo como
fosses tu. O meu sorriso não vêm de dentro. Não quero mais momentos de prazer,
de corpos juntos ao meu, para tentar tirar o sabor de ti. Estou cansada de
fingir. Estou desgastada com o tempo da tua ausência, de estes desencontros.
Não sou capaz de ser feliz sem ti. Posso até conseguir ficar com outra pessoa.
Mas não quero, não me satisfaz. É fácil deitar-me noutros lençóis e ter outros
lábios nos meus, mas acredita, que nenhum me fez esquecer de ti. Que quando estou
noutros braços, procuro-te a ti. Tento rever o nós. Penso nos nossos momentos e
nas sensações únicas que só tu e só tu proporcionas em mim. A saudade é tanta
que dói, que maltrata este coração. Já tentei aceitar. Mas finalmente consegui
perceber que não dá mais. Por mais que ande de coração-em-coração, de paixão-em-paixão,
és tu quem eu que quero, desejo e amo.
Estiveste e estarás sempre em mim, por mais que não queira. Não quero mais
beijar outras bocas. Tu és dono de mim. E será sempre, sempre assim.
A solidão e o vazio de ti, atormenta-me. Sabes ontem, quando
vi o concerto do Tony Carreira, lembrei-me do meu sorriso quando ouvi as
melodias dele a teu lado, no teu ombro e de mãos dadas, da forma que os nossos
olhares brilhavam. E senti-me pequena, sozinha. Entre mais de mil pessoas, só
procurava uma. Só te queria ali perto de mim. Só queria te queria a ti, e que a
tua mão a segura-se na minha. Só queria encostar a minha cabeça no teu ombro.
Só queria o teu sorriso e o teu olhar a abraçar-me a alma.
Quero tanto soltar –
me do mundo, só para segurar a tua mão. Caminhar a teu lado, mas desta vez na
mesma estrada e só com uma única meta: a nossa felicidade.
Poderia ficar aqui a expressar tudo o que sinto, mas acredita
que nunca me foi tão difícil escrever. Disse-te em algumas palavras, o desabafo
do coração. Não vale a pena tornar esta carta mais exaustiva (sabes que adorava
te escrever, o sucesso do meu blog, deve-se a ti, ao nosso amor. As palavras
para ti são tão puras, enfim… não sei explicar. Sorrio ao lê-las. E por vezes,
questiono retoricamente: será que fui eu mesmo que escrevi isto? Dá-me uma
imensa piada e um prazer enorme, ter escrito um conjunto de textos repletos de
sentimentos, pensamentos, decisões e emoções.)
Despeço-me com esperança de saber depois de uma última alternativa de tentar falar contigo, através deste meio, a tua escolha final. E só desistirei de lutar por nós, quando te encontrares comigo, pessoalmente. Mas também por tudo o que vivemos, te pedirei um abraço e um beijo dos nossos, de despedida.
Despeço-me com esperança de saber depois de uma última alternativa de tentar falar contigo, através deste meio, a tua escolha final. E só desistirei de lutar por nós, quando te encontrares comigo, pessoalmente. Mas também por tudo o que vivemos, te pedirei um abraço e um beijo dos nossos, de despedida.
A partir desse instante, prometo não te incomodar
mais, contudo não me peças para te esquecer, sabes que não sou capaz. Eu cometi
o pior pecado que alguém pode cometer, jurei pela pessoa mais sagrada, que já
voltaria para ti, jurei pelo meu padrinho, e nem assim fui capaz de deixar de
lutar por nós. Imagina como me senti. As vulgaridades não conquistam, não
marcam, por isso, tu és especial, único e inesquecível.
O amor que sinto por ti é inexplicável, Luís! Acredito
que o nosso caso, é amor e que vale a pena tentar de novo. Acredita que só as
tuas palavras me beijam, só o teu toque me embala, só o teu amor faz sorrir o
meu olhar.
Não digas mais que não sofro, porque eu sou capaz de
esconder num sorriso aquilo que me vai no coração, mas num olhar expresso aquilo
que me vai na alma. Sou demasiado transparente. Vou tentar acreditar numa frase
que também escrevi: que quando as pessoas nasceram uma para a outra, que por
mais voltas que o mundo dê e desencontros que tenham, acabaram juntas no final.
Ninguém separa almas-gêmeas, o destinado, o verdadeiro.
Se me pertenceres, irás voltar. Estarei fielmente à
tua espera. Foi a carta com que com mais alma te escrevi, envolvida com a voz
do coração e com o reflexo dos meus desejos e sonhos.
Para apreciares o arco-íris, não podes temer a chuva!
Ps: se não obtiver uma palavra tua
após esta carta. Acredita que só me irá restar uma única alternativa.
Procurar-te. Olhar-te nos olhos, e nesse instante, será tudo ou nada. Se me
amares, irás perdoar-me. Se já me tiveres esquecido, desisto, com o coração aliviado,
e não vou mais maltrata-lo, perseguindo um amor que me conjuga no pretérito
perfeito.
Ainda assim, EU AMO-TE!
Um enorme beijinho desta rapariga
que é eterna enamorada de ti
Laura Margarida
“Vem cá, dá-me o teu mundo, outra vez. Lembra-te daquilo que te dou e tu
não vês” (a nossa melodia)
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