quarta-feira, 9 de maio de 2012

A decisão final



                                                                                    
(a carta manuscrita que te envie por correio)


Vinte e nove de Abril de 2012



Meu amor,

         Primeiramente, decidi enviar esta carta, para tentar explicar-te tudo aquilo que nos últimos tempos tenho tentado transmitir-te, que tu ouves e ignoras, ou melhor, lês e preferes não te pronunciar, porque no fundo, acredito que esperas uma atitude, uma mudança radical, ou simplesmente uma prova verdadeira e fiável.

Gostava de ver ou sentir a tua reacção ao estares neste preciso momento com este envelope nas mãos. Não sei se te surpreende ou não. Talvez sim, pelo facto de estar mais persistente e determinada do que nunca, de estar a fazer tudo para te (re) conquistar. Ou talvez não, que penses subitamente: “A Laura enlouqueceu de vez. Está a passar todos os limites!”; “ Não compreende que quero mesmo ficar sozinho e que simplesmente quero a sua amizade”. Sinceramente, não me interessa. Pensei muito para tomar estar decisão. São mais que um conjunto de folhas com letras, são desabafos, desejos e sentimentos que vão imbuídos nesta tinta azul que se fixa por este papel, com umas gotinhas do meu cheiro, fragância de bebé, para que consigas sentir-me perto de ti, que imagines a minha voz a pronunciar estas palavras, como que se tivesse sentada sob o teu peito, na lagoa azul, com o cenário do pôr-do-sol, que muitas vezes foi moldura dos nossos encontros apaixonados. Com esta lembrança, quero que percebas que preciso que leias estas palavras quando te sentires preparado para ouvir tudo o que preciso de te dizer. Que estejas num lugar tranquilo, quiçá vás mesmo passear pelo campo, como fazíamos e à medida que sentires o vento fresco no teu rosto, sintas a minha presença ou mesmo simplesmente oiças a minha voz, que percebas que estas palavras são tão puras como a água de um rio. Peço-te muito que leias esta carta, que não esta feita com beleza estética nas palavras, mas sim de verdades e decisões fulcrais.

           Acredita que escrevia uma meia- dúzia de palavras e apagava. Durante os últimos tempos têm sido assim. Nos que conseguia escrever alguma palavra, porque a maioria das vezes, a voz calava-se. Só o coração falava, mas adormecido em saudade. É um texto manuscrito, porque sabes que para mim têm muito mais valor, têm mais simbologia a escrita em papel com tinta de caneta e não um conjunto de frases imprensas. Confesso que pensei comprar um envelope feito, com decorações bonitas, mas... não  iria de acordo, como sou, como és e principalmente como somos e foi (ou é) o nosso amor, marcado por simplicidade (Eramos felizes à nossa maneira, sem bens materiais. Vivíamos de momentos, de coisas puramente simples).     Portanto, de forma introdutória, é isto que queria deixar claro, as razões que me levaram a escrever-te, mas desta vez sem ser por mensagens, textos publicados no blog, frases destinadas a ti no mural do facebook, mas sim escrever para ti, de forma mais pura e pessoal que conheço.

Sabes que sempre tive uma enorme facilidade em exprimir o que vivo à Flôr da pele, o que me faz bater impulsivamente o coração e aquilo que me agita as veias, como de uma canção se trata-se, frases repletas de sentimentos, de pensamentos e de sonhos. Descrevia cada sensação como a sentia, como a vivia. Hoje as palavras adormeceram no meu peito. Pela primeira vez, não sinto necessidade de te escrever. Somente queria ter um encontro, nem que fosse último, mas que conseguisses perceber que não te esqueci, que te quero mais que tudo. O coração está surdo às palavras do mundo. Não te consegue olhar. Mais uma vez, mergulhei nas memórias de ti, de nós. Tentei conjugar o verbo amar, no pretérito, mas o amor não deixa, não quer e não permite. A razão suplica para que o coração não bata tanto quando escuta alguém pronunciar simplesmente o teu nome, ele é teimoso, impetuoso e impulsivo. Não pensa e chora. Não consigo aprender a respirar o ar que já não partilhamos, a ouvir as melodias que me cantaste naqueles momentos de eterna cumplicidade, sem que tenha que passar as mãos pelo rosto, para que limpe as lágrimas que tem o reflexo de saudade.

        As lembranças são um tesouro, estão recalcadas na memória e continuam a viver nos meus sonhos inconscientes. Repetitivos ultimamente. Sonho que nos vemos, num momento que ambos não esperávamos e que os nossos olhares se cruzam e que o coração fala mais alto, como sempre sucedeu, quando nos reencontramos. Que o olhar desce em direcção aos lábios e que nos abraçamos como nunca nos tivéssemos separado . Mas acordo e tu não estás a meu lado. Passo a mão pela cama e tu não estás. A almofada encontra-se repleta de machinhas de água. Os meus olhos choram a tua ausência, a tua distância, o teu não me querer.

O que não construímos, o que não vivemos, entristece-me e mata-me pouco a pouco. Aumentando a ansiedade de te ver e de me perder nos teus braços, de contar-te tudo o que sempre senti, e guardei dentro de mim, mas que quem me conhece de verdade, sempre o soube. Sempre souberam que sou loucamente apaixonada por ti, que te amo cegamente. Não é uma obsessão, nem uma mera paixão adolescente, mas sim um amor verdadeiro e inesquecível.

Não conheces, não sentes a minha dor. Ou imaginas talvez como me sinto mas tentas não pensar no meu sofrimento, porque isso obrigava-te a deliberar, a pensar em nós e neste momento, tu não queres ou tentas fugir. Se realmente o teu coração ainda se preocupa comigo, escuta-me. O teu silêncio consome-me. Mata-me. Está angústia, este desespero, este impasse emocional, esta espera incondicional, magoa-me. Sinto um vazio enorme, uma dor irreversível. E o pior é que não consigo deixar de querer-te. Deixar de desejar o teu abraço. 

      Já passaram tantos anos de desencontros, de intrigas, de males entendimentos, fomos fruto de proibições e desejos de não sermos felizes juntos, vítimas de boatos, que nos levaram a cometer erros conscientes e outros pela razão única de nos esquecermos mutuamente, de nos tirarmos de dentro do peito um do outro.

Ambos tivemos outros envolvimentos, mas nenhum acontecimento que passou consegue mudar o nosso sentimento, fazer desenrolar estes laços de amor puro que nos une à distância. Afirmo a pés juntos, que sempre te amei, sei que tive atitudes que em momentos te fizeram acreditar que não, mas tu sabes que os meus lábios tocaram noutros, mas não era o teu cheiro, não era o teu toque, por isso nunca me embalou e conquistou de verdade, pois nunca esqueci o sabor de ti, cheguei a fechar os olhos e pensar que eras tu que estavas ali.  Hoje se disse-se que estou arrependida, estaria a ser hipócrita, porque confesso genuinamente que foi bom ter acontecido tudo o que aconteceu, assim recalca-se aquilo que eu sempre senti, desde o primeiro instante, que eras simplesmente o meu menino, mais que o primeiro amor, o homem da minha vida. Todos que me tiveram, foi apenas fisicamente, como tu disseste um dia: “O teu coração pertence-me quer tu queiras ou não (e a verdade é essa) e só lhes pertences neste momento num acto físico e público”.

    Consigo sentir a tua insegurança, consigo perceber os teus receios... Mas preciso que me digas olhos-nos-olhos que não viva na esperança de te ter novamente nos meus braços, que não me iluda mais, que me mentalize que a nossa história teve o seu ponto final no meio de tantas virgulas. Mas... Tu sabes... que tudo o que mais queria era saltar os capítulos já vividos , mandar fora os rascunhos, as folhas brancas e soltas através do vento. És o protagonista da minha vida. A capa da minha história tem o teu nome e tu sabes perfeitamente disso.

     Apenas te digo, se o meu coração quisesse o teu adeus, não soluçava, não chorava. Há momentos que ele sente apetecer-lhe adormecer e não acordar mais, ou simplesmente desmaiar-se por instantes, para não viver acordado, ansiando o teu regresso (que talvez nunca aconteça)!
Sabes que a teimosia e o orgulho, são características bem patentes no meu ser, ma o que estou a fazer precisamente neste momento, é lutar pelo amor que nutro por ti, não me estou a rebaixar ou a humilhar, mas quero que saibas que estou a teus pés. Quero que tu consigas sentir que eu não vivo de momentos de prazer...vivo de amor... esses momentos excitantes, de adrenalina, que tão bem marcam a vida de pessoas que querem ser solteiras  ou simplesmente caracterizam a fase da adolescência, não são para mim. São instantes. E para mim, foi uma enorme experiência, a maior de todas até. O que realmente quero, és tu. 
      Apetece-me insultar a vida. Chamar-lhe de injusta! No fundo, não acredito que já não guardas dentro de ti o meu nome, nesse cantinho que me prometeste ser sempre meu. Não consigo parar de pensar nas juras de amor. Não consigo. E não quero, na verdade. Sinto tanta falta de ti. E o pior é que tu sabes onde estou. Sonho acordada que me surpreendes! (como antes), que ouviria a campainha, vestiria qualquer peça de roupa à pressa, abria a porta e.. te abraçava, num momento que parecia não ter fim!
   Por mais que deseje o toque dos teus lábios, ficarei satisfeita com um abraço apertado e caloroso, que me faz arrepiar, sentir o teu carinho e protecção. O teu abraço inigualável.
     A minha alma chora a tua ausência. Daria tudo para que viesses ao meu encontro, e que nesse momento, consciente,  juntos decidiríamos o que fazer com este sentimento mais puro que sentimos. 
    Já vivemos como qualquer casal apaixonado, aproveitávamos cada momento com muito valor, já estivemos tão perto e ignoramos pelos medos de voltarmos-mos a desiludir, mais uma vez, de estarmos juntos. E hoje? Hoje estás distante em todos os aspectos, a nível geográfico e emocional. Ignoras os impulsos conscientes do coração, calas as tuas palavras, deixas-me viver num silencio desesperador, numa ansiedade faminta, num pensamento incontrolável, num desejo seguro. Quero-te. Não consigo desistir. Por mais que me implores que as estas lágrimas não tenham o teu nome, não sou capaz. Se realmente ainda te preocupas, ouve-me, pela última vez. Escuta o bater incessante do meu coração quando estou pertinho de ti. Nesse instante, vais perceber que as palavras que aqui coloco, são verdadeiras e seguras de si.
Percebe que o meu coração te quer só a ti, como sempre te quis, como sempre te pertenceu. Não gosto de despedidas, tu sabes. Mas.. estou a perder as forças, as poucas que me restam. Chega-me a doer os olhos de tanto chorar nestas noites primaveris de Abril, quando o sono adormece nas lembranças de ti. Passo as melodias felizes à frente, não as consigo ouvir. O meu estado de espírito, não permite que o meu ouvido oiça aquilo que não sente. Só consegue ouvir músicas nostálgicas. Mergulhando nas memórias, nas lembranças e sonha.
   Guardei as cartas, as fotografias e tudo o que me fazia lembrar a nossa história no baú das recordações, fechado a cadeado tal como o meu coração ficou desde o dia que decidi uma vez mais arrancar-te bruscamente e da forma mais radical e egoísta de dentro de mim.  
         O teu nome ficou gravado em mim tal como uma tatto - para sempre. E parece absurdo mas sinto que o teu nome só será desgravado se em vez de fazerem uma cirurgia à pele, fizessem ao coração.  Só sei desnudar a minha alma por escrito e nem isso tenho conseguido ultimamente, embora saiba que isso não muda nada, mas apazigua esta dor de pensar, este sofrimento de sentir, esta saudade de ti.
        Agi com uma criança, que quando caí e faz ferida… Qual é a tendência? Arrancar a caspinha da ferida. Embora doa, ela quer tirá-la. Tal atitude infantil tive eu. Tentei outra vez, tirar-te dos meus sonhos, acreditar que não eras o príncipe-encantado e que não era contigo que idealizava o futuro. Arranquei a caspa. Sangrou. Tapei-a com um penso, colocando-me nos braços de uma pessoa que tentei entregar-me como a ti. Essa ferida, parecia estar sarada. Coloquei-a ao vento, esse ar fresco tocou nela e foi fechando-a aos poucos. Mas .. toda a ferida profunda, deixa cicatrizes…és uma marca do passado, que me deixou o coração cicatrizado. Acredito que o vento que um dia te levou de mim, foi o mesmo que um dia nos juntou.
Somos os protagonistas desta história de amor incumbida de desencontros e só nós temos a possibilidade de decidir se este diário possui um ponto-de-final ou se ainda escrevermos junto mais um capítulo. Mesmo que não seja agora... essa página ficará vazia.. pois só a tua tinta consegue escrever nestas páginas que não tem linhas e horizontes quando escritas contigo. Tu e só tu, me irás ajudar a continuar a escrever este romance. Lembra-te que cada troca de olhares se transformaram na razão das minhas palavras, da minha poesia, que cada sorriso que me deste e proporcionaste se transformou numa página de este diário que hoje é da tua ausência.
        Ao amar-te neste silêncio, desesperadamente, começo a sentir que está mais longínqua a felicidade que queria e a estabilidade que necessitava. Sinto-me tão perdida sem ti. Só queria que me desses a tua mão, preenchesses os espaços dos meus dedos, e que juntos enfrentássemos qualquer adversidade que nos coloquem mais uma vez no nosso caminho, porque contigo a meu lado, tenho força e coragem para lutar contra tudo por nós.
    Encantar-me-ia que todas as histórias de amor fossem como conhecemos na sétima arte, que por mais enredos que os protagonistas sofram, acaba sempre com um beijo e a típica frase: e foram felizes para sempre...e nós? Seremos?
                Consigo durante o dia, abstrair-me um pouco de ti, estou rodeada pela companhia de pessoas que são mais que irmãos ou mesmo progenitores, não temos laços de sangue que nos unam, tal como a minha madrinha Isabel, que quer muito ver-nos juntos. Todas as pessoas que me querem bem, que sentem carinho e uma preocupação colossal por mim, percebem a nossa história, sabem que és um rapaz como eu, sonhador e ambicioso, mas principalmente sabem o quanto eu te amo. E sinceramente, acredito que se voltarmos a estar juntos, a minha mãe irá perceber, não será mais um obstáculo para nós, ela no fundo sabe o que sempre senti e irá querer ver-me feliz. Também os tempos mudaram, e a distância que tenho tido dela, tem-la feito amadurecer nos pontos de vista. Acredita!
       Entende que, estou segura do que quero. Aliás sempre estive, do que sentia sobretudo, mas não conseguia lutar por nós. Sabes as razões.
       Gostava que sentisses as minhas palavras, que ao leres esta carta, oiças a minha voz e que antes de guardares ou reciclares estas folhas insignificantes mas repletas de o maior desabafo que talvez fiz, que deliberes de coração, se queres desencontrar de vez as linhas da nossa história. Se for isso que sentires, fá-lo. Não sintas pena de mim. Não vou sentir rancor de ti nem viverei amargurada. Simplesmente quero que hajas conforme os teus princípios e os valores que te foram incutidos e seres fiel ao que nutres por mim , que digas a verdade, de uma vez por todas.
       Estou disposta a enfrentar tudo por nós. Quando digo mesmo tudo, é tudo mesmo. Mas não basta simplesmente o meu querer, é preciso o teu também. Agora percebe que.. Se nos amamos, é tão ridículo vivermos apaziguados em medos e nãos sermos felizes por estupidez ( desculpa o conceito, mas é o que sinto).
É entristecedor saber que podemos viver o nosso amor livremente pela primeira vez e não vivemos, pois pensamos demais, relembramos dos erros e não somos capazes de assumir este sentimento tão nobre que nos juntam as almas e os corações mesmo que haja quilómetros que nos separam os corpos e nos façam viver somente de pensamentos absurdos. Que esta distância geográfica . não seja a desculpa para que não venhas ao meu encontro, para que me possas dizer frente-a-frente que ainda habito em ti. Ai, Luís… sinto tanta saudade de ti, esta sensação foi causada por escrevermos uma história inesquecível.
Posso até sentir mais a tua falta em certos dias, porém não existe um único dia que não pense em ti e alguma noite que não sonhe contigo. Quero que as nossas vidas se tornem numa só, como os nossos corações ainda acredito que são. Estou cansada, desgastada de desencontros e viver de memórias. Peço-te humildemente que voltes para mim. Sabes onde estou. Dá-me uma oportunidade. Volta. Juntos, vamos cruzar as vidas que o destino já cruzou e que começou por um olhar. Deixa que a inércia do destino e os nossos sentimentos surreais , falem mais alto que as mil razões que nos separam, mas que oiçam a voz do coração.
       Se me disseres que já não me queres e desejas de corpo, alma e mente... eu prometo, por mais que me magoe, sair da tua vida. Saberei deixar-te seguir o teu caminho. Conseguirei deixar-te ser feliz da forma que mais desejares, sem a minha companhia. Se eu já não for a tua felicidade, o que me fará feliz será acreditar que contigo conheci a mais profunda sensação e emoção que um ser humano pode sentir, amar. Sentir-me-ei bem por saber que posso não ser mais o teu sorriso, não ser mais a imagem que transparece nos teus olhos pelo qual me perdi, mas que farei parte de ti, sempre e sempre. Que ninguém irá conseguir apagar da tua memória, as lembranças doces que terás certamente de mim. 
      Se assim for, sorri quando ouvires falar de mim, pois por mais que passe o tempo, que haja distância entre nós, ninguém conseguirá apagar de ti, a nossa história, porque foi o “nós” que conseguiu escrever cada linha, cada frase, deste diário da nossa paixão, que tem sido mais, um diário da tua ausência ou talvez de desencontros. Posso não ser mais a protagonista da tua vida, mas acredito que tenha pelo menos sido um capítulo marcante. Que nas noites de insónia, o meu rosto ou simplesmente algum momento vivido, incomodem a tua mente por instantes, e que nesse preciso momento, faça uma covinha no teu rosto. Acredita que apesar de não estar nos teus braços, ficarei bastante feliz por sentir que os sentimentos que sentiste e os momentos que viveste comigo, ficaram guardados em ti, como se o teu coração fosse um baú e eu tivesse a chave pendurada sob o meu peito, que jamais alguém será capaz de a tirar e conseguir abrir o cadeado que te prende às recordações do pretérito que por mais lágrimas que te causou, te fez sorrir pelos gestos de ternura, de carinho e da sensação de companheirismo que tiveste comigo.
    Depois de leres estas palavras, respira fundo, com a mesma profundidade e pureza, como no dia que vieste ao mundo… e só depois de respirares e deliberares e escutares a voz do coração, toma uma atitude, seja ela qual for, peço-te que tome conhecimento dessa tua escolha. Acredita que não mudará o destino, o que Deus traçou para mim, não conseguirás mudar. Mas pelo menos que eu fique de “consciência tranquila”, com o coração aliviado, acentuado na concepção que fiz de tudo para te ter novamente nos meus braços. Mas acredita que continuarei sempre a amar-te incondicionalmente embora que de forma silenciosa. Neste momento, pensas: sempre? Sim, arrisco-me a dizer uma palavra tão forte, que transmite sentido de eternidade, pois não sei explicar o que sinto desde o dia em que te conheci. (Recordo-te dia 18 de Janeiro de 2008),como tu descreves ou talvez descrevias: “o nosso amor é uma coisa sem explicação”, simplesmente sei que não consigo sentir o mesmo por outra pessoa, que as nossas almas se cruzaram e não foi por um mero acaso. Sei que sou ainda uma menina, embora não tenha os 14 anos que tinha quando me conheceste, mas pensa um pouco, tenta meter-te na minha pele (por instantes), se continuo a querer-te depois de tudo, de tantos anos e peripécias, é por alguma razão, talvez por uma razão sobrenatural. Acredito que a nossa história está escrita no céu e sempre ouvi dizer que o “que deus escreve, ninguém apaga” (é qualquer coisa assim). Genuinamente, acredito que “fomos feitos um para o outro, parece ridículo dizer isto, mas sinto-o, somos almas-gêmeas. És simplesmente o menino dos meus sonhos, o meu príncipe.
 Ao amar-te, espero-te. Aprendi a amar-te nesta espera e a não desistir, a apenas desejar-te mais e não esquecer-me de ti, aprendi a sonhar e não alimentar a ideia que perdi o teu grande amor, mas vivo na esperança, no sonho ou talvez na ilusão de voltar a sorrir com a alma e coração e não somente com os lábios, por te ter finalmente nos meus braços.
Às vezes, a minha mente fica invadida de um único pensamento, de querer-te perto de mim ou de simplesmente ouvir a tua voz dizer que continuo a ser a princesa dos teus olhos e que juntos vamos superar esta situação. Não me privo de nada se volta-se a ter-te nos meus braços. Percebe que se não te tenho, aí sim, a minha felicidade se encontra privada, a minha alma permanece vazia, o meu coração vive despedaçado e fico sem rumo. Quero voltar a ter o sorriso que tinha, o brilho no olhar que tive, proporcionado só por ti. Não me importa sentir mudança. Por ti, continuo a ser capaz de enfrentar todos os riscos, todas as adversidades, pois, há algo que me faz enfrentar o mundo, um valor colossal: o teu amor.
Há duas lágrimas nos meus olhos: uma quando mergulha nas lembranças que fazem sorrir a alma; outra quando a dor aperta fortemente o coração, e ele soluça a tua saudade, a tua distância, querendo sentir o teu calor perto, o teu abraço. O meu desespero está a torna-se assustador. Sempre pedi a verdade, mas sabes, hoje prefiro que me iludas, que me digas que não acabou. Quero continuar a sonhar. A pensar em ti com esperança. Mesmo que não seja a realidade, quero acreditar que é verdade. Neste momento, quero pensar assim. Que faças enganar o coração, para que os olhos não chorem. Prefiro que tenhas pena de mim, do que perder-te para sempre.
Por vezes, penso em ti a sorrir, que estás bem e que conjugas já o amor que nutriste por mim, num passado acabado, que não vivo mais no teu pensamento e que já não me guardas no teu peito. E o pior é que eu queria sentir-me e ver-me assim. Mas não sou capaz. Choro a sós, choro quando vejo um casal apaixonado a trocar caricias, choro a ver filmes românticos, choro a ver concertos, choro a sós, choro a ouvir melodias, choro mesmo até já à frente de outros olhos que percebem e sentem a minha dor. Custa-me não perceberes que a ti te pertenço. Custa-me não estares mais disposto a lutar por nós. Entristece-me esta alma fria, perdida, vazia, que vive na esperança de sentir, nem que fosse pela última vez, o teu abraço.
Vamos tentar novamente ser apenas um coração, salvarmos este amor selvagem, ou então, diz-me um último adeus. Deixo-te ir. O coração soluçará a tua partida, mais uma vez. Mas um dia, ele irá compreender. E viverá a sorrir, não com a mesma intensidade que tu lhe és capaz de incutir, mas… sorrirá por te agradecer que foste o único capaz de lhe proporcionar uma sinestesia de sensações e emoções. O único que ele amou. O único que o fez sorrir com o olhar. Sinto cada vez mais. Sinto que alimento um amor inesquecível. Quero-te como sempre te quis. Resta-me desejar que um dia voltaremos a ser um só coração.
 Não quero viver acomodada nesta situação que tanto magoa os nossos corações. Vamos ter que frente-a-frente, olhos nos olhos, decididamente escolhermos o caminho que vamos dar às nossas almas que se cruzaram por um olhar, e hoje é nesse mesmo olhar, que ainda resta um pingo de esperança. O coração não quer que tu sejas a mais linda lembrança. Foi no teu olhar que eu senti que era a ti que iria sempre amar.
Não quero mais sentir o toque de outro alguém, abraçá-lo como fosses tu. O meu sorriso não vêm de dentro. Não quero mais momentos de prazer, de corpos juntos ao meu, para tentar tirar o sabor de ti. Estou cansada de fingir. Estou desgastada com o tempo da tua ausência, de estes desencontros. Não sou capaz de ser feliz sem ti. Posso até conseguir ficar com outra pessoa. Mas não quero, não me satisfaz. É fácil deitar-me noutros lençóis e ter outros lábios nos meus, mas acredita, que nenhum me fez esquecer de ti. Que quando estou noutros braços, procuro-te a ti. Tento rever o nós. Penso nos nossos momentos e nas sensações únicas que só tu e só tu proporcionas em mim. A saudade é tanta que dói, que maltrata este coração. Já tentei aceitar. Mas finalmente consegui perceber que não dá mais. Por mais que  ande de coração-em-coração, de paixão-em-paixão, és tu quem  eu que quero, desejo e amo. Estiveste e estarás sempre em mim, por mais que não queira. Não quero mais beijar outras bocas. Tu és dono de mim. E será sempre, sempre assim.
A solidão e o vazio de ti, atormenta-me. Sabes ontem, quando vi o concerto do Tony Carreira, lembrei-me do meu sorriso quando ouvi as melodias dele a teu lado, no teu ombro e de mãos dadas, da forma que os nossos olhares brilhavam. E senti-me pequena, sozinha. Entre mais de mil pessoas, só procurava uma. Só te queria ali perto de mim. Só queria te queria a ti, e que a tua mão a segura-se na minha. Só queria encostar a minha cabeça no teu ombro. Só queria o teu sorriso e o teu olhar a abraçar-me a alma.
      Quero tanto soltar – me do mundo, só para segurar a tua mão. Caminhar a teu lado, mas desta vez na mesma estrada e só com uma única meta: a nossa felicidade.
Poderia ficar aqui a expressar tudo o que sinto, mas acredita que nunca me foi tão difícil escrever. Disse-te em algumas palavras, o desabafo do coração. Não vale a pena tornar esta carta mais exaustiva (sabes que adorava te escrever, o sucesso do meu blog, deve-se a ti, ao nosso amor. As palavras para ti são tão puras, enfim… não sei explicar. Sorrio ao lê-las. E por vezes, questiono retoricamente: será que fui eu mesmo que escrevi isto? Dá-me uma imensa piada e um prazer enorme, ter escrito um conjunto de textos repletos de sentimentos, pensamentos, decisões e emoções.)
    Despeço-me com esperança de saber depois de uma última alternativa de tentar falar contigo, através deste meio, a tua escolha final. E só desistirei de lutar por nós, quando te encontrares comigo, pessoalmente. Mas também por tudo o que vivemos, te pedirei um abraço e um beijo dos nossos, de despedida.
A partir desse instante, prometo não te incomodar mais, contudo não me peças para te esquecer, sabes que não sou capaz. Eu cometi o pior pecado que alguém pode cometer, jurei pela pessoa mais sagrada, que já voltaria para ti, jurei pelo meu padrinho, e nem assim fui capaz de deixar de lutar por nós. Imagina como me senti. As vulgaridades não conquistam, não marcam, por isso, tu és especial, único e inesquecível.
O amor que sinto por ti é inexplicável, Luís! Acredito que o nosso caso, é amor e que vale a pena tentar de novo. Acredita que só as tuas palavras me beijam, só o teu toque me embala, só o teu amor faz sorrir o meu olhar.
Não digas mais que não sofro, porque eu sou capaz de esconder num sorriso aquilo que me vai no coração, mas num olhar expresso aquilo que me vai na alma. Sou demasiado transparente. Vou tentar acreditar numa frase que também escrevi: que quando as pessoas nasceram uma para a outra, que por mais voltas que o mundo dê e desencontros que tenham, acabaram juntas no final. Ninguém separa almas-gêmeas, o destinado, o verdadeiro.
Se me pertenceres, irás voltar. Estarei fielmente à tua espera. Foi a carta com que com mais alma te escrevi, envolvida com a voz do coração e com o reflexo dos meus desejos e sonhos.
Para apreciares o arco-íris, não podes temer a chuva!
Ps: se não obtiver uma palavra tua após esta carta. Acredita que só me irá restar uma única alternativa. Procurar-te. Olhar-te nos olhos, e nesse instante, será tudo ou nada. Se me amares, irás perdoar-me. Se já me tiveres esquecido, desisto, com o coração aliviado, e não vou mais maltrata-lo, perseguindo um amor que me conjuga no pretérito perfeito.
                                                           Ainda assim, EU AMO-TE! 

                  Um enorme beijinho desta rapariga que é eterna enamorada de ti
                                                                                      
                                                                                            Laura Margarida

“Vem cá, dá-me o teu mundo, outra vez. Lembra-te daquilo que te dou e tu não vês” (a nossa melodia)

  

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