terça-feira, 23 de abril de 2013

Marés Selvagens

                           

Nunca num tão conciso espaço de tempo as coisas ou talvez os sentimentos sairão fora de  `órbita´, porém é bizarro essa sensação porque apesar de te ter encontrado quando menos esperava e já desistiria de idealizar, trazes contigo inconscientemente a estabilidade que à muito me era necessária, funcionas já como uma bússola na minha vida e uma balança de equilíbrio no meu mundo.
Estes últimos meses foram marcados por uma colossal fugacidade de momentos que não são capazes de  se transparecerem em meras palavras. Nunca outrora senti uma nuvem de pensamentos dispersos, confusos e por vezes sem coerência. Nunca senti náusea do medo do futuro. De tantas barreiras que criei propositadamente para impedir que às águas do rio transbordassem para o meu cais que me deixei viciar no teu mar. E apesar das tuas ondas serem ferozes e selvagens, eu gosto de surfar nelas. Contudo, sinto receio de naufragar. Este oceano não constava nas minhas rotas de vida. E agora? Agora só sei que o volante do barco do meu coração só sabe tomar as direções que me conduzem até ti. Só traço os linhas do teu mapa. Só tenho medo de olhar para ti para lá da linha imaginária desse teu mar inquietante, desse teu horizonte turbulento. Tornaste-te no meu porto-seguro. Vivo na ânsia que os ponteiros do relógio girem rápido e que marquem as oito horas para ir ao teu encontro e perder-me nos teus braços que são sem eu querer o meu abrigo. Em seguida, faço a contagem decrescente para o anoitecer para adormecer a teu lado. Sinto-me uma princesa a viver um conto-de-fadas.
Já fazes parte do meu quotidiano apesar de não ter dado conta da forma secreta que entraste. Desde o primeiro dia que trocamos o primeiro olhar e o primeiro beijo que bem no meu intimo senti uma sensação inimaginável. Como era possível num `primeiro encontro` despertarem-se sensações indescritíveis ? Ainda assim, não dei importância ao que acabarás de despertar, julgara ser um acontecimento sem repetições e que por isso não causaria o risco de nascer sensações que pudesse serem únicas emoções. 
O silêncio tem sido a resposta dominante nos meus diálogos contigo ou aliás nos monólogos. Tenho consciência plena desse facto, mas as palavras ficam mudas quando estás perto e sei que isso não é certo. Elas escondem camufladamente os meus receios, pensamentos e sentimentos.
Quero-te pedir perdão pelas minhas atitudes estúpidas, absurdas e egoístas. Na verdade elas são o reflexo do meu maior medo que talvez já se tenha tornado em realidade. Desculpa. Quanto mais fujo, mais me aproximo de ti. Desejava afastar-me mas há a voz incessante do coração que pronuncia o teu nome e a alma está na mesma linha de desejos, já não te deixa partir. Quero-te aqui. A tua maré-alta apesar de se apresentar num alto risco é por si só também um abismo mas quiçá seja essas características que me unem a ti.
Já ouvi vozes dos nossos afirmarem que já não passamos um sem o outro. Sinto isso. A pouco e pouco te tornas no meu mundo. Não te tenho deixado conhecer o meu intimo porque tenho medo tal como já te confessei de me prender. Posso parecer livre mas na verdade já estou presa a ti. Já não consigo esconder o brilho no olhar e és a razão de voltar a sonhar.
Talvez por sermos os dois tão idênticos tanto a nível de personalidade como de experiências, vivemos esta sensação com receio de maltratarmos o coração.
Sabes.. eu adoro-te (...) 

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