Este devaneio será
um de tantos que sempre teve intitulado com o teu nome, porém pela primeira vez
não será reflexo de saudades, de amor, de lágrimas, de sorrisos mas sim de uma
despedida consciente e mais segura que nunca.
Primeiro que
que saibas que não sinto remorsos. Estou feliz por este amor ou digamos que
uma obsessão tenha conhecido o seu fim, o fim-dos-fins.
No
próximo mês fazíamos seis anos que vivíamos neste impasse
emocional que oscilava entre
sensações, discussões e emoções que tanto nos maltratava o
coração. Tentamos uma, duas, três vezes. Não resultou. Ainda assim,
insisti. Apesar dos desencontros, tentei mais uma vez, mas desta vez, segura
que seria a última. Tentei, juro que tentei…e tu no fundo, sabes que sim, que
lutei pelo amor que ainda parecia existir, apesar dos erros que ambos
cometemos. Custou-me aceitar que já não era amor, pelo menos da tua parte, que
eu fazia parte do teu passado. Sei que continuava a ser a tua menina, mas já
não te entregavas de corpo, alma e mente. Mas não te culpo. O sentimento
congelou em ti e não nos vale agora culpar seja quem for ou actos.
Custou-me dizer-te adeus. Sei o quanto
estavas confuso entre o amor e ter a minha companhia, amizade. Só te aponto uma
coisa ... a falta de coragem. Por tudo o vivemos, devias ter sido sincero.
O egoísmo dominou-te, a tua mente confusa bloqueou as tuas decisões.
Não podia mais alimentar um amor que tinha sido único, verdadeiro e que
superou todas as adversidades mas que conheceu o seu desfecho. Deliberei e
tomei a decisão da minha vida.
Nada mais doí nada vida que
é saber que chegou o fim. A despedida mata-nos aos poucos. Sentimo-la e por
vezes contornamo- la. O pior é saber o que é correcto. Tinha que te deixar ir,
soltar-te a mão, deixar o vento te levar e viver apenas das nossas memórias. Doí
muito. Sabes, porque? Porque magoa, saber que nada haverá mais, que no momento
do adeus, morre ali mesmo o toque, o beijo e aquele abraço. Custa aceitar que
deixa de ser teu ou que pelo menos já nunca mais viverás esse momento. Magoa.
Mata a alma. Inquieta o peito.
Estava segura que deixar-te ir era o
melhor para os dois. Era o mais saudável. A madrugada conhecia bem o grito
silencioso da minha dor, das lágrimas incontroláveis e
das insónias.
Foi bom ver-te. Outrora queria não
sentir e fingi-o. Hoje digo-te, o meu coração ficou quietinho. Não senti mais
aquele formigueiro como se fossem borboletas no estômago.
Senti esta
sensação bizarra mas confortante quando os nossos olhares se voltaram a cruzar
e já não houve aquele clic,quando
falei para ti sem faltar a voz, sem cair uma única lágrima. Observei-te e
sorri. Fiquei feliz , apesar de não estar completa.
Diz-se: "quem ama, cuida!", de facto, aprendi que o nosso amor
já não fazia sentido. Quase que te implorava atenção. E a isto eu chamo:
caridade. O nosso amor morreu e nem vale a pena culpar alguém ou erros do
passado. Simplesmente, terminou. Genuinamente aceitei agora essa situação,
apesar de já estar visível há muito tempo, porém, eu não vi-a.
Era cega por ti. Preferia ter os olhos vendados da realidade que se estava a
aproximar e que eu tanto sentira.
Já não havia cumplicidade. Ultimamente não fazias nada para estarmos
juntos e eu senti-a. Quando se quer verdadeiramente, arranja-se maneira, dê por
onde der. Já não havia aquele abraço sem pedir, aquele beijo louco de desejo,
apaixonado e "sem
fim". O amor já tinha morrido. Tornei-me num hábito ou talvez
numa rotina. Num primeiro amor? Não sei, não me preocupa mais obter esta
resposta.
Quero salientar que não me arrependo de nada, de te ter amado cegamente,
apenas de ter magoado talvez a pessoa que mais me amou e fazia tudo por mim.
Contudo, eu tinha que lutar por ti, por nós. E por isso estou de consciência
tranquila. Fiz a minha parte. Fiz o que sentia. Este reencontro ou melhor
dito, esta procurar de ti incessante que resultou no voltar a sermos dois
corações, terminou e terminou para sempre. Sinto, pressinto e por isso,
asseguro-te que apenas serás o homem pelo qual esqueci valores e amei
incondicionalmente.
Tomando nas tuas palavras: "serás
sempre a minha menina" ,no
fundo eu sei bem que sim. Eu sinto isso, tal como tu serás sempre o homem que
me fez perder a cabeça e que eu amei de uma maneira inigualável. Mais que
o primeiro grande amor, serás sempre algo mais que isso. Podes já não me amar
mas sei que gostas de mim, tal como eu aprendi a gostar de ti quando fui
obrigada pela circunstância da vida a desistir de ti, do amor. Estarás longe
mas ao mesmo tempo perto. Sei que te continuas a preocupar comigo mais que não
seja pelas memórias que deixei em ti. Viverei para sempre em ti, tal como tu
viverás para sempre em mim, na memória das nossas células, num passado que foi
tudo.
Confesso que és uma marca do passado mas que já não a
recordo por uma cicatriz. Recordo-te com um sorriso sentido. Aos poucos percebi
que te esqueci. Já não ignoro as tuas chamadas ou mensagens, nem evito
nenhum reencontro casual. Aprendi que para te esquecer tinha
que ser algo não forçado, natural. Por isso, não me faz
mais confusão falar-te, a voz não falha mais e que as minhas pernas
não tremem. Eu aprendi simplesmente a ver-te com outros olhos.
Estou
feliz por não te amar mais. Esqueci-te. Mas viverás sempre em mim. Nunca pensei
em sentir que já não sentia. O lado mais crucial do amor é sentir que já não se
sente nada.
Por
tudo, quero que saibas que te adoro (...)
3 comentários:
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tenho pena que isso tenha acabado :/
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