sábado, 22 de dezembro de 2012

é sentir que já nada se sente


Este devaneio será um de tantos que sempre teve intitulado com o teu nome, porém pela primeira vez não será reflexo de saudades, de amor, de lágrimas, de sorrisos mas sim de uma despedida consciente e mais segura que nunca.
Primeiro que que saibas que não sinto remorsos. Estou feliz por este amor ou digamos que uma obsessão tenha conhecido o seu fim, o fim-dos-fins.
 No próximo mês fazíamos seis anos que vivíamos neste impasse emocional que  oscilava entre sensações, discussões e emoções  que tanto nos maltratava o coração. Tentamos uma, duas, três vezes. Não resultou. Ainda assim, insisti. Apesar dos desencontros, tentei mais uma vez, mas desta vez, segura que seria a última. Tentei, juro que tentei…e tu no fundo, sabes que sim, que lutei pelo amor que ainda  parecia existir, apesar dos erros que ambos cometemos. Custou-me aceitar que já não era amor, pelo menos da tua parte, que eu fazia parte do teu passado. Sei que continuava a ser a tua menina, mas já não te entregavas de corpo, alma e mente. Mas não te culpo. O sentimento congelou em ti e não nos vale agora culpar seja quem for ou actos.
Custou-me dizer-te adeus. Sei o quanto estavas confuso entre o amor e ter a minha companhia, amizade. Só te aponto uma coisa ... a falta de coragem. Por tudo o vivemos, devias ter sido sincero. O egoísmo dominou-te, a tua mente confusa bloqueou as tuas decisões. Não  podia mais alimentar um amor que tinha sido único, verdadeiro e que superou todas as adversidades mas que conheceu o seu desfecho. Deliberei e tomei a decisão da minha vida.
Nada mais doí nada vida que é saber que chegou o fim. A despedida mata-nos aos poucos. Sentimo-la e por vezes contornamo- la. O pior é saber o que é correcto. Tinha que te deixar ir, soltar-te a mão, deixar o vento te levar e viver apenas das nossas memórias. Doí muito. Sabes, porque? Porque magoa, saber que nada haverá mais, que no momento do adeus, morre ali mesmo o toque, o beijo e aquele abraço. Custa aceitar que deixa de ser teu ou que pelo menos já nunca mais viverás esse momento. Magoa. Mata a alma. Inquieta o peito. 
Estava segura que deixar-te ir era o melhor para os dois. Era o mais saudável. A madrugada conhecia bem o grito silencioso da minha dor, das lágrimas incontroláveis e das insónias.   
Foi bom ver-te. Outrora queria não sentir e fingi-o. Hoje digo-te, o meu coração ficou quietinho. Não senti mais aquele formigueiro como se fossem borboletas no estômago. 
    Senti esta sensação bizarra mas confortante quando os nossos olhares se voltaram a cruzar e já não houve aquele clic,quando falei para ti sem faltar a voz, sem cair uma única lágrima. Observei-te e sorri. Fiquei feliz , apesar de não estar completa.
    Diz-se: "quem ama, cuida!", de facto, aprendi que o nosso amor já não fazia sentido. Quase que te implorava atenção. E a isto eu chamo: caridade. O nosso amor morreu e nem vale a pena culpar alguém ou erros do passado. Simplesmente, terminou. Genuinamente aceitei agora essa situação, apesar de já estar visível há muito tempo, porém, eu não vi-a. Era cega por ti. Preferia ter os olhos vendados da realidade que se estava a aproximar e que eu tanto sentira.
    Já não havia cumplicidade. Ultimamente não fazias nada para estarmos juntos e eu senti-a. Quando se quer verdadeiramente, arranja-se maneira, dê por onde der. Já não havia aquele abraço sem pedir, aquele beijo louco de desejo, apaixonado e "sem fim". O amor já tinha morrido. Tornei-me num hábito ou talvez numa rotina. Num primeiro amor? Não sei, não me preocupa mais obter esta resposta. 
    Quero salientar que não me arrependo de nada, de te ter amado cegamente, apenas de ter magoado talvez a pessoa que mais me amou e fazia tudo por mim. Contudo, eu tinha que lutar por ti, por nós. E por isso estou de consciência tranquila. Fiz a minha parte. Fiz o que sentia.  Este reencontro ou melhor dito, esta procurar de ti incessante que resultou no voltar a sermos dois corações, terminou e terminou para sempre. Sinto, pressinto e por isso, asseguro-te que apenas serás o homem pelo qual esqueci valores e amei incondicionalmente. 
     Tomando nas tuas palavras: "serás sempre a minha menina" ,no fundo eu sei bem que sim. Eu sinto isso, tal como tu serás sempre o homem que me fez perder a cabeça e que eu amei de uma maneira inigualável. Mais que o primeiro grande amor, serás sempre algo mais que isso. Podes já não me amar mas sei que gostas de mim, tal como eu aprendi a gostar de ti quando fui obrigada pela circunstância da vida a desistir de ti, do amor. Estarás longe mas ao mesmo tempo perto. Sei que te continuas a preocupar comigo mais que não seja pelas memórias que deixei em ti. Viverei para sempre em ti, tal como tu viverás para sempre em mim, na memória das nossas células, num passado que foi tudo.
       Confesso que és uma marca do passado mas que já não a recordo por uma cicatriz. Recordo-te com um sorriso sentido. Aos poucos percebi que te esqueci. Já não ignoro as tuas chamadas ou mensagens, nem evito nenhum reencontro casual.  Aprendi que para te esquecer tinha que ser algo não forçado, natural. Por isso, não me faz mais confusão falar-te, a voz não falha mais e que as minhas pernas não tremem. Eu aprendi simplesmente a  ver-te com outros olhos. 
Estou feliz por não te amar mais. Esqueci-te. Mas viverás sempre em mim. Nunca pensei em sentir que já não sentia. O lado mais crucial do amor é sentir que já não se sente nada. 

Por tudo, quero que saibas que te adoro (...)




3 comentários:

Anônimo disse...

:')

Rosarinho disse...

tenho pena que isso tenha acabado :/

Anônimo disse...

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